Nos caminhos das Gerais, os bandeirantes desvendaram as nossas montanhas atrás das riquezas minerais, mas deixaram em seu rastro fontes de conhecimento e cultura, que hoje temos o prazer de descobrir através de seus desentendes e amantes da boa literatura. Para representar o melhor da região e a cultura ainda cravada entre as montanhas de nossas Minas Gerais, quero apresentar o trabalho da poetiza Rosalina Herai, de Ouro Fino, uma das cidades integrantes a nossa Estrada Real.
É preciso voltar ao primeiro amor
Em sua ânsia verdadeira de amar
Amar cuidando, desejando, sonhando, idealizando
E enfim o esboço, o projeto pronto, a realidade
A realidade
É preciso a ela amar como no primeiro dia de esperança
Como na primeira chuva que caiu e viu os ramos verdes saírem do chão
É preciso voltar a amar, voltar a acreditar
É preciso sentir-se mais do que um
Sentir o coração do mundo batendo junto ao coração
Sentir a pulsação acelerada de uma grande aventura
E enfim tocar o alvo, a realização dos desejos, os céus dizendo que sim
É preciso voltar ao primeiro amor
É preciso acreditar como antes
Quem somos
Quem sou
Um pedaço de ti
Um pedaço de todos os outros
Juntos todos de todos
Para formar cada um
Sou a luz que percorre o caminho do seu coração
Sou o pedaço de pedra que pisaste e que acolheste para completar sua morada
Sou o seu sorriso mais lindo
Sou o abraço de um irmão
Quem sou
Quem é você
O pedaço de mim que faltava
O eco completando o vácuo
Sou você e você
Você sou eu
O pedaço que faltava
Rosalina Herai
Meus Deus onde tu errastes quando fez a humanidade
Era para ser a mais perfeita obra e um dia a visão e a sabedoria nela adoeceram
Olhou e nada mais viu a não ser as aparências
Olhou o que lhe parecia belo e se enfeitou
O homem olhou a cor de sua pele e achou que aquela era a cor certa
Olhou para o misticismo e encontrou a quem adorar
Esqueceu que tu eras Deus
O homem carregou fardos e fardos
Sentou e os contou e se enchia de soberba
Fez uma coroa e colocou na cabeça
Fez leis, colocou fronteiras, até que seu chão empobreceu
Fez guerras, desaviou mares e espaços no céu
Enquanto fazia guerras na terra a vida desaparecia
Um dia o homem ficou sem nada e sem ninguém
Deus a tudo via, o insano homem destruia
Um dia tão só o homem deitou para morrer
A solidão era tanta, a fome era tanta, a sede fez seu corpo secar
Lágrimas que não tinha começou a gotejar
Não sei se era Deus, ou apenas voltava o mar
Não sei quem mandou chover do céu quase sem ar, sem azul
Piedade dos olhos de Deus caíram de um amor que jamais acabara
Assim o homem conheceu o seu eu
Era homem, não Deus, as suas próprias ações lhe mostraram
Ah se a vida quis assim
O amor nascer
Os olhos seguirem
E fazer viver
Ferida em meu interior
Sem entender
Apenas sentia
Ia aos céus
E beijava seus olhos
Doces momentos de ternura
A sorrirem para os meus dias
A flertarem com a vida
Servo depositando-a em meu coração
Rosalina Herai
Para conhecer melhor o trabalho desta minha grande poetiza, acessem os link's abaixo e boa leitura.
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